O naufrágio de 400 milhões de dólares do século XVII é descoberto por caçador de tesouros

 

Pintura do Nuestra Senora de Atocha. (Créditos da imagem: Reprodução).


Por: FELIPE MIRANDA

Toda criança que se preze já sonhou em ser um pirata em busca de um tesouro perdido. Pois um caçador de tesouros descobriu, há 35 anos, um naufrágio de 400 milhões de dólares do século XVII. Sim caçadores de tesouros existem.

A embarcação de 400 anos de idade foi chamada de “naufrágio do século”, e os arqueólogos já puderam explorá-lo e visitar os restos do que um dia foi um bravo navio, hoje abaixo do oceano.

Trata-se do navio Nuestra Senora de Atocha, de 34 metros de comprimento, e com uma tripulação total de 262 pessoas, que afundou próximo à América Central por causa de um furacão, em 1622. Oito outros navios também afundaram na ocasião.

Embora tivessem marcado a posição em que ele afundou, a região é bastante movimentada pela natureza, mas um segundo furacão, naquele mesmo ano, levou o navio para outro local, e não havia sido encontrado até então.

O navio era realmente valioso, e durante seis décadas, salvadores espanhóis tentaram encontrá-lo para recuperar as jóias, mas sem sucesso. Então, o navio virou alvo dos caçadores de tesouros.

Ele saía de Havana, Cuba, na época pertencente à coroa espanhola, e tinha a Espanha como destino. Entretanto, afundou nas Florida Keys, um arquipélago próximo ao estado americano da Flórida.

Além das pessoas, o navio carregava tesouros: 40 toneladas de prata, um tanto de ouro e pouco mais de 30 kg de esmeraldas colombianas, além de outras mercadorias. Segundo o blog da joalheria Waufen, um quilate (0,2 gramas) de uma esmeralda colombiana de boa qualidade pode valer até 9 mil dólares.

Incansáveis buscas pelo naufrágio de 400 milhões de dólares

Na década de 1970, o caçador de tesouros americano Mel Fisher resolveu se arriscar e apostar suas cartas em uma longa missão no oceano Atlântico em busca do Nuestra Senora de Atocha, conforme o Daily Express.

Em 1973, sua equipe encontrou as primeiras pistas, algumas barras de prata. Em 1975 encontraram alguns canhões que outrora equiparam o navio. Nem tudo foi bom, entretanto. Fisher perdeu seu filho e sua esposa na missão.

Ele continuou, apesar das perdas. Em 1980 encontrou o Santa Margarita, um navio irmão do Atocha. Em 1985, após 15 anos de buscas e dois parentes próximos perdidos, enfim eles alcançaram o sonho de se tornar milionários.

 


Alguns dos objetos encontrados. (Créditos da imagem: Wikimedia Commons).

A grande fortuna de 400 milhões de dólares foi distribuída entre Fisher, seu filho, a equipe que o ajudou e os empresários que financiaram a missão, já que para permanecer os 15 anos no oceano, ele precisou de dinheiro.

Houve uma batalha judicial quando o governo do estado da Flórida reivindicou parte da fortuna, mas Fisher queria toda a fortuna. Após os oito anos de briga, a Suprema Corte norte-americana decidiu a favor do caçador. 

Em 1987, por causa desse caso, o congresso dos Estados Unidos aprovou uma lei, chamada de Lei dos Naufrágios Abandonados, que dá o direito de naufrágios a menos de 5 km da costa aos estados. 

Ele não vendeu todos os tesouros, alguns deles estão exibidos no museu que o homenageia, o Museu Marítimo Mel Fisher, na cidade de Key West, que fica no arquipélago Florida Keys. 

Com informações de Daily Express Mel Fisher’s Treasures.

 

Fonte: https://socientifica.com.br/o-naufragio-de-400-milhoes-de-dolares-do-seculo-xvii-e-descoberto-por-cacador-de-tesouros/

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