Piratas nigerianos aproveitam experiência de “colegas” da Somália

Foto: EPA

Dois marinheiros russos foram sequestrados por piratas nigerianos e levados em sentido desconhecido em resultado de um ataque cometido terça-feira contra um navio no golfo da Guiné. Desde então, os piratas não entraram em contato e não apresentaram quaisquer exigências.

"O cargueiro holandês Breeze Clipper estava ancorado no mar perto da cidade de Port Harcourt com uma tripulação de 14 pessoas, inclusive seis russos, ucranianos e filipinos. Oito piratas, munidos de armas de fogo retiraram todos os bens aos tripulantes antes de fugirem com dois reféns", – disse o embaixador da Rússia na Nigéria, Aleksandr Poliakov:
"Eles atacaram o navio, conseguiram penetrar na embarcação e prenderam dois membros da tripulação – o capitão Pikus e o chefe das máquinas, Melnikov. Os dois são cidadãos russos. O próprio navio não foi sequestrado e encontra-se atualmente bastante longe da costa. Um membro da tripulação – cozinheiro filipino – foi ferido, mas a sua vida está fora de perigo. Os restantes marinheiros estão sãos e salvos. A Embaixada da Rússia mantém os contatos necessários com as autoridades nigerianas e estruturas militares do país, assim como com a companhia proprietária do navio. Foi criado também um centro de coordenação de ações, estando sendo tomadas todas as medidas para libertar os reféns".

A Nigéria, pelo grau de ameaça para a navegação mercante, cede apenas à Somália. Só no ano passado, perto do litoral do país, foram efetuados 58 ataques de piratas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, dispensou recentemente especial atenção a este fato. Segunda-feira passada, o Conselho de Segurança da ONU apoiou a sua proposta de convocar uma cimeira regional para a elaboração de uma estratégia de contraposição à pirataria no golfo da Guiné. No litoral ocidental de África atuam habitualmente pequenos grupos de nigerianos armados. As autoridades locais não podem influir na situação e não se esforçam muito por fazê-lo, destaca o vice-diretor do Instituto de África da Academia de Ciências da Rússia, Dmitry Bondarenko:
"A situação na Nigéria é complexa. Primeiro, o Governo tem muitos problemas sérios, sobretudo políticos, ligados tanto a agrupamentos islamitas, quanto aos movimentos de protesto no país. Segundo, tais grupos de bandidos são dificilmente controláveis.

Por isso, atualmente, o Governo é incapaz de lutar eficazmente contra este fenómeno. Entretanto, a situação na Somália é cardinalmente diferente da situação na Nigéria. A Somália é um Estado que se desintegrou de fato em várias partes. A Nigéria, apesar de todos os seus problemas, mantém a unidade estatal. Neste caso, na Nigéria, pode ser destacado o elemento de um banditismo puro".

Tranquiliza apenas o fato de os piratas nigerianos não serem tão sanguinários como os seus “colegas” somalis. Conforme comunicou o embaixador russo Aleksandr Poliakov, a Embaixada da FR na Nigéria já tem experiência de libertação de seus cidadãos capturados por piratas. Até hoje, todos regressaram sãos e salvos, podendo alguns até ter fugido, mas habitualmente os marinheiros são libertados após um resgate.

Portanto, agora é necessário esperar que os criminosos entrem em contato. Por outro lado, os peritos não excluem que nos próximos tempos os navios mercantes no golfo da Guiné também precisem da escolta militar como na região do Corno Africano.

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2012_03_01/67254544/ (01/03/2012)

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