Museu do Naufrágio guarda há 16 anos a história dos Ingleses

O manezinho Daniel Rian trabalha no Museu do Naufrágio, desde a fundação, cuidando das relíquias do barco pirata que naufragou na antiga Desterro

Um pedaço da história do bairro Ingleses, no Norte da Ilha, continua preservado e muito bem cuidado pelo manezinho da Ilha, Daniel Rian, curador do Museu do Naufrágio, localizado no canto direito da praia. O espaço reúne artefatos de uma embarcação do Século 17. Com a história na ponta da língua, Daniel, que tem 51 anos, há 16 explica para os visitantes o seu trabalho no museu e a história das peças que conserva. Mais de 36 mil pessoas já visitaram o local.

“Aqui, fizemos o resgate de um barco espanhol, mas quem estava nele eram piratas ingleses, que roubaram o barco no Peru. Depois de se perder da frota e vagar durante seis meses, saqueando colônias espanholas, eles tentaram voltar para Inglaterra, pararam aqui na Ilha e foram capturados pelo fundador da Vila de Nossa Senhora do Desterro: Dias Velho”, conta Daniel rememorando fatos de 1687.

Segundo ele, os piratas foram presos e o barco acabou se deteriorando e afundando a 50 metros da praia. “Depois de 300 anos [1989], foram encontrados vestígios após uma ressaca do mar. Daí, a Marinha do Brasil autorizou escavações e exploramos 30% do sítio arqueológico. Os outros 70% estão lá ainda”, explica o curador do Museu do Naufrágio.

A rotina de Daniel é contar a história aos visitantes do museu, mas também preservar os artefatos do local, entre as quais, 11 mil pedaços de cerâmicas, principalmente para comida, pois o barco servia para carregar alimentos dos espanhóis.

O museu também guarda anéis, dedais, arames de cabo de espada, colares, relógios de sol, tampas de garrafa, machados, bala de canhão, alças da embarcação, balas de revólver, pedaços de couro da roupa dos piratas, ossos humanos, como vértebras e costelas. “Tudo que está aqui dentro é do barco”, ressalta Daniel.

O grande sino da embarcação, importante para indicar a intenção de manobra, também está no interior do museu. Em uma piscina, na frente do museu, está o leme do barco, que pesa uma tonelada, e um pedaço da quilha.

Na quarta-feira (6), Daniel estava explicando a história do local para um grupo de hóspedes do Costão do Santinho. O resort, depois que a Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) parou de mandar verba para o museu, é o mantenedor do espaço.

Emerson Paulin, 49 anos, é de Curitiba e estava no grupo de turistas que visitou o museu ontem. Ele veio diversas vezes a Florianópolis, mas foi ao espaço que conta a história dos Ingleses pela primeira vez.

“Muito legal aqui. Muito bonito o trabalho feito. Uma pena que tem pouco apoio, mas é tudo muito interessante”, disse Paulin. Ele estava com a esposa, Cida, a filha, Gabriela, e a amiga dela, Sofia. De férias na Capital desde o último sábado (2), os turistas ficam na cidade até sexta-feira (8).

Atualmente, não são realizadas novas escavações no local onde a embarcação está submersa. O trabalho, agora, é catalogar as peças recolhidas e seguir contando história aos visitantes.

“Minha rotina é ficar no laboratório [nos fundos do museu], fazendo a conservação dos artefatos e o atendimento ao público. Recebo escolas, universidades, arqueólogos, biólogos, geólogos”, conta Daniel.

Segundo ele, na pandemia, o museu ficou apenas 15 dias fechado. Depois, reduziu um pouco os atendimentos e o horário de funcionamento. Agora, tudo normal, o museu abre de terça a sábado, das 14h30 às 20h, e aos domingos das 8h às 12h. As visitas são gratuitas.

Fonte: Museu do Naufrágio guarda há 16 anos a história dos Ingleses | ND Mais

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