Piratas e Robins dos Bosques
Militante somali fortemente armado telefona junto a um centro de distribuição de alimentos. THOMAS MUKOYA/REUTERS.
Por toda a África, a fronteira entre o crime organizado e o apoio social é ténue. Uma reportagem distinguida com o prémio de jornalismo Daniel Pearl em 2011, um exclusivo na edição de março, do Courrier Internacional.
Sempre que desviamos um navio, abastecemo-nos de bens alimentares. Compramos cabras para dar carne e "qat "(erva narcótica que é mastigada). Introduzimos dinheiro na economia do país. Como sobreviveriam as pessoas sem isso? Levaram todo o peixe das nossas águas", explica Abdullah Abdi, pirata em Eyl, pequena vila costeira da região semiautónoma de Puntlândia, na Somália.
Abdi é um dos mais de 1500 piratas que atuam no oceano Índico e no Golfo de Aden (que liga o Mar Vermelho a este oceano). Estes jovens, alguns dos quais são antigos pescadores e muitos outros guarda-costas ou milicianos ao serviço dos numerosos senhores da guerra e de políticos locais, desviaram dezenas de navios, fizeram centenas de reféns e ganharam milhões de dólares em resgates.
Piratas mantêm vivo o Estado
Em Puntlândia, a "economia dos piratas" é tão poderosa que o território está à beira de se tornar um estado criminoso. Mas os habitantes de Eyl apreciam estes "criminosos", que veem como heróis. Zeynab Abdi, de 58 anos, a mulher mais idosa do bairro, adora os piratas. Eles ajudam, diz ela, e cuidam dos seus quatro netos, órfãos da guerra civil que dura há décadas no país. "Desde que os piratas estão no comando, vivemos em melhores condições. Quando ganham dinheiro, posso alimentar os meus netos", acrescenta.
Fonte: http://aeiou.expresso.pt/piratas-e-robins-dos-bosques=f706931 (27/02/2012)
Por toda a África, a fronteira entre o crime organizado e o apoio social é ténue. Uma reportagem distinguida com o prémio de jornalismo Daniel Pearl em 2011, um exclusivo na edição de março, do Courrier Internacional.
Sempre que desviamos um navio, abastecemo-nos de bens alimentares. Compramos cabras para dar carne e "qat "(erva narcótica que é mastigada). Introduzimos dinheiro na economia do país. Como sobreviveriam as pessoas sem isso? Levaram todo o peixe das nossas águas", explica Abdullah Abdi, pirata em Eyl, pequena vila costeira da região semiautónoma de Puntlândia, na Somália.
Abdi é um dos mais de 1500 piratas que atuam no oceano Índico e no Golfo de Aden (que liga o Mar Vermelho a este oceano). Estes jovens, alguns dos quais são antigos pescadores e muitos outros guarda-costas ou milicianos ao serviço dos numerosos senhores da guerra e de políticos locais, desviaram dezenas de navios, fizeram centenas de reféns e ganharam milhões de dólares em resgates.
Piratas mantêm vivo o Estado
Em Puntlândia, a "economia dos piratas" é tão poderosa que o território está à beira de se tornar um estado criminoso. Mas os habitantes de Eyl apreciam estes "criminosos", que veem como heróis. Zeynab Abdi, de 58 anos, a mulher mais idosa do bairro, adora os piratas. Eles ajudam, diz ela, e cuidam dos seus quatro netos, órfãos da guerra civil que dura há décadas no país. "Desde que os piratas estão no comando, vivemos em melhores condições. Quando ganham dinheiro, posso alimentar os meus netos", acrescenta.
Fonte: http://aeiou.expresso.pt/piratas-e-robins-dos-bosques=f706931 (27/02/2012)
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