Jovem somali nega ser pirata perante justiça belga

Bruxelas - Um jovem somali negou hoje (quarta-feira) ter participado na captura do navio belga -Pompéi- no largo do seu país, em Abril de 2009, durante a abertura do seu processo em Bruxelas, o primeiro sobre pirataria na Bélgica.

"Eu nunca estive a bordo do Pompéi", declarou Omar Mohammed Abdiwahad, "de 18 anos", no seu interrogatório na câmara do tribunal correccional de Bruxelas.

O presumível pirata havia sido capturado em Novembro de 2010 no largo do Quénia pela fragata belga Louise-Marie, engajada na operação europeia de luta contra a pirataria, Atalanta, no momento em que participava no ataque do Petra 1, um navio de bandeira da Serra Leoa e fretado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).

O arguido foi reconhecido por três membros da tripulação do Pompéi, um navio belga sequestrado a 18 de Abril de 2009 ao largo da Somália, como sendo um dos assaltantes. As suas impressões digitais foram igualmente encontradas no Pompéi, segundo a justiça belga.

O Pompéi e a sua tripulação foram libertados a 28 de Junho de 2009, contra um resgate que, segundo o jornal belga Le Soir, se estima em 1,94 milhões de euros.

O jovem, cujas declarações foram traduzidas por um intérprete somali, reconheceu hoje (quarta-feira) que se encontrava a bordo do navio que atacou o Petra 1. Admitiu igualmente que a bordo desta embarcação encontravam-se armas e escalas.

Mas assegurou que "desconhecia o objectivo" das outras pessoas a bordo, que afirma conhecer "apenas um homem".

Dois marinheiros que se encontravam a bordo do Pompéi intentaram uma acção criminal contra si. Os seus advogados disseram hoje (quarta-feira) continuam a sofrer as consequências "físicas e morais" do seu rapto.

"O meu cliente viu uma bala roçar à sua cabeça", explicou o advogado de um dos marinheiros, sublinhando que o homem ainda não conseguiu retomar o seu trabalho por causa de problemas psicológicos.

O proprietário do Pompéi e a sua companhia de seguros fizeram também uma queixa.

Segundo a procuradoria federal belga, as condições de detenção eram particularmente agressivas. "Houve simulação de execuções quando as negociações estavam a caminhar mal", declarou à AFP o porta-voz da procuradoria federal, Lieve Pellens.

O jovem somalí, detido sob prisão preventiva desde a sua transferência para a Bélgica em Dezembro de 2010, é acusado em virtude de uma lei anti - pirataria que entrou em vigor no final de 2009, em relação ao Petra 1, e por uma lei sobre sequestros para o caso do Pompéi. O mesmo pode ser condenado a 30 anos de prisão por sequestro.

Fonte: http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/2011/5/24/Jovem-somali-nega-ser-pirata-perante-justica-belga,3a817593-9b0d-4dab-99d5-feb0034e9b63.html (15/06/2011)

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