Explorador faz novas descobertas em navio pirata
ESPECIAL WHYDAH
Por Katie Zezima
Barry Clifford retira objetos de navio pirata afundado
No que tange a tesouros de piratas, não parece grande coisa. A massa de metal negro e disforme tem o tamanho de um carro pequeno e mostra manchas de ferrugem e camadas de moluscos. O cheiro é de maré baixa, e em determinado momento da manhã de terça-feira um caranguejo saiu correndo debaixo dos destroços.
Mas para Barry Clifford, explorador submarino, e para as cerca de 25 pessoas que estavam reunidas no MacMillan Pier, em Provincetown, para ver os destroços removidos do oceano depois de 290 anos, o objeto é um tesouro, uma prova tangível do folclore sobre os piratas. "Vejam um pedaço de vidro", disse Clifford, animado, enquanto esquadrinhava o objeto, exposto sobre a caçamba de uma picape.
"Aposto que é uma garrafa de rum", disse Nelson Disco, de Merrimack, New Hampshre, que estava de férias na cidade e parou para assistir ao espetáculo. Clifford tem cerca de 25 anos de experiência na busca e recuperação de restos do Whydah, um navio pirata capitaneado por Samuel Bellamy, conhecido como Black Sam.
O navio afundou ao largo da costa de Massachusetts, perto de Wellfleet, em abril de 1717, como resultado de uma tempestade. A massa de destroços, com peso aproximado de 5,5 t, é considerada como parte do navio e aparenta conter pelo menos sete canhões de ferro.
Clifford e sua equipe a recuperaram por sob uma camada de 10 m de areia, na semana passada. Os canhões se deformaram e formaram uma espécie de carapaça, que provavelmente preserva numerosos artefatos. O conteúdo exato será determinado por raios X nas próximas semanas, mas Clifford espera que a massa contenha armas, moedas e talvez ossos humanos, como foi o caso em porções do navio naufragado recuperadas anteriormente.
"Essa é a maior porção dos destroços que conseguimos recuperar em 25 anos", disse Clifford. E ela também pode servir como a melhor pista, até o momento, sobre a localização das 5 t de ouro e prata que o navio supostamente transportava quando naufragou. Clifford localizou um pedaço do casco do navio em 1998, e estava certo de que não demoraria a encontrar a carga preciosa.
Nove anos mais tarde, o objetivo ainda não foi realizado, mas o explorador diz que a recente descoberta o leva a acreditar que a carga preciosa esteja próxima, soterrada sob uma camada de areia acumulada. Porque o tesouro e os canhões eram pesados, Clifford acredita que é provável que tenham afundado perto uns dos outros. "O único lugar para o qual podiam ter ido é para baixo".
Charles Ewen, professor de arqueologia na Universidade do Leste da Carolina e co-editor de um livro sobre arqueologia de navios e postos piratas, disse que qualquer novidade encontrada quanto ao Whydah seria importante, porque ele é o único navio pirata que foi "localizado inequivocamente", e oferece pistas sobre a vida dos piratas.
"O navio afundou com tudo a bordo", diz Ewen, "de modo que o material que se poderia encontrar é bom, comparado ao de outros navios. Seria muito importante em termos históricos e para mostrar a vida real de um pirata, em contraste com Johnny Depp". Clifford diz que sua equipe continuará trabalhando. As descobertas dele são confirmadas pela National Geographic Society, que organizou uma exposição itinerante de artefatos do Whydah. Há mais material exposto no museu de Clifford em Provincetown.
Embora o ouro e a prata possam estar ainda mais fundo, Clifford acredita que já extraiu riquezas do mar. "Isso é História, e as pessoas estão aprendendo", ele afirmou. "Cada artefato recuperado é um tesouro".
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
The New York Times
Fonte: http://noticias.terra.com.br/jornais/interna/0,,OI1817182-EI8255,00.html (08/08/2007)
Por Katie Zezima
Barry Clifford retira objetos de navio pirata afundado
No que tange a tesouros de piratas, não parece grande coisa. A massa de metal negro e disforme tem o tamanho de um carro pequeno e mostra manchas de ferrugem e camadas de moluscos. O cheiro é de maré baixa, e em determinado momento da manhã de terça-feira um caranguejo saiu correndo debaixo dos destroços.
Mas para Barry Clifford, explorador submarino, e para as cerca de 25 pessoas que estavam reunidas no MacMillan Pier, em Provincetown, para ver os destroços removidos do oceano depois de 290 anos, o objeto é um tesouro, uma prova tangível do folclore sobre os piratas. "Vejam um pedaço de vidro", disse Clifford, animado, enquanto esquadrinhava o objeto, exposto sobre a caçamba de uma picape.
"Aposto que é uma garrafa de rum", disse Nelson Disco, de Merrimack, New Hampshre, que estava de férias na cidade e parou para assistir ao espetáculo. Clifford tem cerca de 25 anos de experiência na busca e recuperação de restos do Whydah, um navio pirata capitaneado por Samuel Bellamy, conhecido como Black Sam.
O navio afundou ao largo da costa de Massachusetts, perto de Wellfleet, em abril de 1717, como resultado de uma tempestade. A massa de destroços, com peso aproximado de 5,5 t, é considerada como parte do navio e aparenta conter pelo menos sete canhões de ferro.
Clifford e sua equipe a recuperaram por sob uma camada de 10 m de areia, na semana passada. Os canhões se deformaram e formaram uma espécie de carapaça, que provavelmente preserva numerosos artefatos. O conteúdo exato será determinado por raios X nas próximas semanas, mas Clifford espera que a massa contenha armas, moedas e talvez ossos humanos, como foi o caso em porções do navio naufragado recuperadas anteriormente.
"Essa é a maior porção dos destroços que conseguimos recuperar em 25 anos", disse Clifford. E ela também pode servir como a melhor pista, até o momento, sobre a localização das 5 t de ouro e prata que o navio supostamente transportava quando naufragou. Clifford localizou um pedaço do casco do navio em 1998, e estava certo de que não demoraria a encontrar a carga preciosa.
Nove anos mais tarde, o objetivo ainda não foi realizado, mas o explorador diz que a recente descoberta o leva a acreditar que a carga preciosa esteja próxima, soterrada sob uma camada de areia acumulada. Porque o tesouro e os canhões eram pesados, Clifford acredita que é provável que tenham afundado perto uns dos outros. "O único lugar para o qual podiam ter ido é para baixo".
Charles Ewen, professor de arqueologia na Universidade do Leste da Carolina e co-editor de um livro sobre arqueologia de navios e postos piratas, disse que qualquer novidade encontrada quanto ao Whydah seria importante, porque ele é o único navio pirata que foi "localizado inequivocamente", e oferece pistas sobre a vida dos piratas.
"O navio afundou com tudo a bordo", diz Ewen, "de modo que o material que se poderia encontrar é bom, comparado ao de outros navios. Seria muito importante em termos históricos e para mostrar a vida real de um pirata, em contraste com Johnny Depp". Clifford diz que sua equipe continuará trabalhando. As descobertas dele são confirmadas pela National Geographic Society, que organizou uma exposição itinerante de artefatos do Whydah. Há mais material exposto no museu de Clifford em Provincetown.
Embora o ouro e a prata possam estar ainda mais fundo, Clifford acredita que já extraiu riquezas do mar. "Isso é História, e as pessoas estão aprendendo", ele afirmou. "Cada artefato recuperado é um tesouro".
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
The New York Times
Fonte: http://noticias.terra.com.br/jornais/interna/0,,OI1817182-EI8255,00.html (08/08/2007)
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