Novo Piratas do Caribe estreia nesta sexta-feira

Franquia corrige a rota em seu quarto título, Navegando em Águas Misteriosas.

Marcelo Perrone | marcelo.perrone@zerohora.com.br

Espremer à última gota uma fórmula lucrativa nas bilheterias nunca foi motivo de vergonha em Hollywood. Pelo contrário. É o que ajuda a manter no verde o fluxo de caixa nesses tempos em que a indústria cinematográfica centra cada vez mais o foco – e assim regula sua linha de produção – nas plateias juvenis.

A franquia Piratas do Caribe chega ao seu quarto título mostrando mais do mesmo, mas com ajustes na rota que fazem o programa não ser a total perda de tempo e dinheiro que se costuma ver em investidas do tipo.

Em cartaz a partir desta sexta, Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas tem um novo timoneiro. O diretor Rob Marshall (dos musicais Chicago e Nine) assumiu o lugar de Gore Verbinski, responsável pelos três primeiros longas da série, que faturaram, apenas nas bilheterias dos cinemas, US$ 2,6 bilhões. São números que chancelam o otimismo da Disney com o sucesso que tem matriz numa atração de seus parques de diversão e que, tudo indica, terá novos capítulos.

– Não é pelo dinheiro. Fazemos pelas pessoas. Enquanto elas me quiserem, estarei lá – garantiu o ator Johnny Depp na badalada sessão especial do filme no Festival de Cannes, semana passada.

E o fato de Depp topar encarnar mais vezes o pirata fanfarrão Jack Sparrow é a esperança da Disney em manter a caixa registradora tilintando, pois o ator é a alma e o coração de Piratas do Caribe. Vê-lo novamente em cena, com visual e trejeitos inspirados no veterano guitarrista Keith Richards – que faz nova e ainda mais divertida participação como o pai do pirata sem noção –, é, no fim das contas, o grande atrativo de Navegando em Águas Misteriosas. Desde sua entrada em cena em A Maldição do Pérola Negra (2003), Sparrow tem lugar na galeria de tipos memoráveis do cinema.

O quarto filme transcorre em ritmo de gincana frenética. Sparrow ressurge na Londres do século 18 e tem em mãos um mapa indicando a localização da mítica Fonte da Juventude, que teria sido encontrada pelo explorador espanhol Ponce de León nos anos 1500. Sem barco e sem tripulação, ele se vê forçado a embarcar no navio comandado por uma rancorosa ex-amante, Angélica (vivida pela espanhola Penélope Cruz). Ela é filha do temido pirata Barba Negra (Ian McShane), que está a bordo com seus marujos zumbis. Mas rumo à Fonte da Juventude singram pelos sete mares também o capitão Hector Barbossa (Geoffrey Rush), o velho inimigo de Sparrow, agora em missão oficial a serviço da coroa britânica, e a poderosa Armada Espanhola, que se julga legítima guardiã da fonte mágica. O humor pândego sublinhado por Marshall, o encanto magnético de Depp e o talento do ótimo elenco de apoio garantem a atenção a uma trama bem menos confusa que o dos dois títulos anteriores.

Se a direção de Marshall e o reforço caliente de Penélope Cruz injetam sangue novo na franquia, outra novidade anunciada não mostra a que veio. A Disney informa que Navegando em Águas Misteriosas foi filmado em 3D, e não posteriormente convertido ao formato, recurso picareta que muitas produções estão aplicando para engrossar o faturamento por conta dos ingressos mais caros. Mas o 3D aqui não traz ganho nenhum ao impacto visual do filme, tampouco se justifica, afora se mostrar forçado em uma ou outra cena que "salta aos olhos". O que é bom. Prescindir dessa gambiarra tecnológica para entreter o espectador é sinal de que a franquia ainda tem fôlego para se manter à tona.

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Segundo%20Caderno&newsID=a3316940.xml (20/05/2011)

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