Navegando em águas certeiras

Luis Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC

Apesar do título Navegando em Águas Misteriosas, o quarto filme da série Piratas do Caribe segue curso bem conhecido e certeiro. A produção dos estúdios Disney continua com a mesma linha de unir aventura, ação e comédia para apresentar ao público um filme muito divertido e com um dos personagens que certamente entraram para a lista de grandes figuras do cinema: Jack Sparrow, ou melhor, capitão Jack Sparrow. A produção atraca hoje nos cinemas brasileiros com cópias convencionais e em 3D.

Após o sucesso das três obras anteriores, a saga passou por algumas reformulações. O diretor Gore Verbinski deixou o barco e passou o timão do projeto para as mãos de Rob Marshall (Chicago e Nine). Quem também não retorna é Orlando Bloom e Keira Knightley, o casal das primeiras histórias.

A alma de Piratas do Caribe continua a ser o astro Johnny Depp. No papel do protagonista, é ele quem dita o ritmo da história e obriga todas as ações do roteiro a seguirem seus atrapalhados movimentos, que na verdade foram cuidadosamente pensados. Não à toa o produtor Jerry Bruckheimer não cansa de afirmar que a série, na verdade, trata-se de Sparrow. Após quase uma década, Depp sabe conduzir a loucura e o estilo do personagem com movimentos sutis e não menos engraçados.

Se Will Turner (Bloom) e Elizabeth Swann (Keira) ficaram para trás, quem surge para acompanhar o bucaneiro pelos mares é a bela e perigosa Angelica, interpretada por Penélope Cruz. Ela parte em busca da lendária e jamais vista Fonte da Juventude e o capitão é ‘recrutado'' para ajudá-la. Em meio ao relacionamento - emocional e profissional - dos dois está o perigoso Barba Negra (Ian McShane) e o redimido Barbossa (Geoffrey Rush), agora um corsário a serviço da corte britânica. A tensão entre o casal dá frescor à alma do pirata e traz novos conflitos para o amalucado Sparrow.

Navegando em Águas Misteriosas deixa para trás a confusão de O Baú da Morte (2006) e No Fim do Mundo (2007) e conta com roteiro mais seguro e eficiente - principalmente por não deixar as conclusões para um novo capítulo. A ideia proposta se assemelha mais a A Maldição do Pérola Negra (2003), com mais ação em terra e um pouco mais distante do balanço dos barcos. A resolução de mistérios também está bem mais simples e faz com que a história flua de maneira mais ágil e eficaz. Mas como sempre, é preciso prestar atenção aos detalhes e a toda a movimentação dos personagens.

A franquia que nasceu como atração dos parques da Disney e ganhou vida nas telas nos anos 2000 não deixa arestas para outra melhor representação do divertido mundo pirata. O sucesso é tamanho que todos em Hollywood querem navegar por essas águas. Oportunidades continuam a surgir, uma vez que o quinto filme já foi confirmado. Vida longa a Jack Sparrow!

Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5887063/navegando-em-aguas-certeiras.aspx (20/05/2011)

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