Riquezas submergidas e tesouros enterrados
Texto de Francisco mota
Historiadores de crédito vem assinalando que, ao longo de toda a história, somente a metade de toda cifra extraída pelos espanhóis da América conseguiu chegar aos portos peninsulares. Da metade perdida, 3/5 partes foram parar nas mãos de piratas, corsários e outros aventureiros do mar. As outras 2/5 partes se perderam em naufrágios. Os fundos oceânicos – às vezes em zonas bastante litorâneas – guardam milhares de milhões em ouro e prata... Ao longo dos tempos, vão aparecendo notícias da busca deste ou daquele tesouro submergido, às vezes menos valiosos do que prometiam. Os novos meios de detecção que o homem dispõe, fazem supor que a extração de uma grande parte dos tesouros submersos não se fará esperar.
Por outro lado, não é lenda, mas realidade, que muitos dos aventureiros que exerceram a pirataria tiveram por costume enterrar – em lugares que poucos conheciam – o fruto de suas depredações entre as expedições que praticava. E se sabe também que muitos daqueles piratas não retornaram de sua última expedição em que pensavam aumentar o tesouro enterrado. A preocupação popular por estes tesouros perdidos deu lugar a um verdadeiro mundo de lendas... O litoral cubano, tão propício a viver ações de piratas em seus dias áureos, não podia estar livre deste “folclore”, tirando a ocasião em que a realidade é premiada com riquezas enterradas, a tenaz preocupação de alguém curioso.
Uma das regiões mais ricas em lendas sobre tesouros perdidos é a Baía de Jagua (Cuba). A história mostra que existe certa razão nessa tradição. Em 1537, os primeiros piratas franceses que navegavam em litoral cubano fizeram refúgio na dita baia. Playa Alegre e Cayo Arenas foram freqüentadas por piratas e bucaneiros durante os séculos XVI e XVII. E sabe-se que o pirata inglês William Bruce enterrou seu butim próximo a atual Cienfuegos antes de sair para sua última expedição, da qual nunca regressou.
Em Cienfuegos existe a lenda do pirata John o Temerário, violento e namorador às vezes, que havia feito da baia de Jagua seu refúgio e quartel. Quando saiu dela pela última vez, em 1657, acredita-se que deixou enterrado um valioso butim. Muitos caçadores de tesouros tentaram descobri-lo, se bem que até a data nenhum deles obteve sucesso. Também dizem que em 1596, os flibusteiros de Maynard, antes de ter destruído seu navio na baía de Jagua, levaram suas riquezas a terra e as enterraram em algum lugar nas proximidades. Perseguidos em terra, acabaram por ser exterminados pelos espanhóis, sem que em nenhum momento soubessem do local exato onde o tesouro estivesse enterrado.
Sabe-se também que, em 1656, outros piratas franceses buscaram refúgio na Baía de Jagua, onde provavelmente enterraram seus tesouros. Em 1622 o inglês Dolley carenou seus barcos, e fez seus “enterros”, antes de empreender uma aventura da qual não retornou. E é quase seguro que Lorencillo de Graaf, o temerário pirata holandês, deixara em Jagua o grande tesouro que acabará de roubar dos espanhóis antes de empreender a expedição de 1683, da qual também não retornou. A todas essas histórias de piratas na Baía de Jagua, devemos somar também os quatro navios espanhóis da Esquadra de Bao, que naufragaram em suas proximidades quando regressavam de Tierra Firme, em 1691. Dizem inclusive, que possuía em seus porões, um dos mais ricos carregamentos daquela época...
(extraído da obra Piratas en El Caribe, cap. XXXV, pg. 215/216, Ediciones Casa de Las Américas, 1984)
Historiadores de crédito vem assinalando que, ao longo de toda a história, somente a metade de toda cifra extraída pelos espanhóis da América conseguiu chegar aos portos peninsulares. Da metade perdida, 3/5 partes foram parar nas mãos de piratas, corsários e outros aventureiros do mar. As outras 2/5 partes se perderam em naufrágios. Os fundos oceânicos – às vezes em zonas bastante litorâneas – guardam milhares de milhões em ouro e prata... Ao longo dos tempos, vão aparecendo notícias da busca deste ou daquele tesouro submergido, às vezes menos valiosos do que prometiam. Os novos meios de detecção que o homem dispõe, fazem supor que a extração de uma grande parte dos tesouros submersos não se fará esperar.
Por outro lado, não é lenda, mas realidade, que muitos dos aventureiros que exerceram a pirataria tiveram por costume enterrar – em lugares que poucos conheciam – o fruto de suas depredações entre as expedições que praticava. E se sabe também que muitos daqueles piratas não retornaram de sua última expedição em que pensavam aumentar o tesouro enterrado. A preocupação popular por estes tesouros perdidos deu lugar a um verdadeiro mundo de lendas... O litoral cubano, tão propício a viver ações de piratas em seus dias áureos, não podia estar livre deste “folclore”, tirando a ocasião em que a realidade é premiada com riquezas enterradas, a tenaz preocupação de alguém curioso.
Uma das regiões mais ricas em lendas sobre tesouros perdidos é a Baía de Jagua (Cuba). A história mostra que existe certa razão nessa tradição. Em 1537, os primeiros piratas franceses que navegavam em litoral cubano fizeram refúgio na dita baia. Playa Alegre e Cayo Arenas foram freqüentadas por piratas e bucaneiros durante os séculos XVI e XVII. E sabe-se que o pirata inglês William Bruce enterrou seu butim próximo a atual Cienfuegos antes de sair para sua última expedição, da qual nunca regressou.
Em Cienfuegos existe a lenda do pirata John o Temerário, violento e namorador às vezes, que havia feito da baia de Jagua seu refúgio e quartel. Quando saiu dela pela última vez, em 1657, acredita-se que deixou enterrado um valioso butim. Muitos caçadores de tesouros tentaram descobri-lo, se bem que até a data nenhum deles obteve sucesso. Também dizem que em 1596, os flibusteiros de Maynard, antes de ter destruído seu navio na baía de Jagua, levaram suas riquezas a terra e as enterraram em algum lugar nas proximidades. Perseguidos em terra, acabaram por ser exterminados pelos espanhóis, sem que em nenhum momento soubessem do local exato onde o tesouro estivesse enterrado.
Sabe-se também que, em 1656, outros piratas franceses buscaram refúgio na Baía de Jagua, onde provavelmente enterraram seus tesouros. Em 1622 o inglês Dolley carenou seus barcos, e fez seus “enterros”, antes de empreender uma aventura da qual não retornou. E é quase seguro que Lorencillo de Graaf, o temerário pirata holandês, deixara em Jagua o grande tesouro que acabará de roubar dos espanhóis antes de empreender a expedição de 1683, da qual também não retornou. A todas essas histórias de piratas na Baía de Jagua, devemos somar também os quatro navios espanhóis da Esquadra de Bao, que naufragaram em suas proximidades quando regressavam de Tierra Firme, em 1691. Dizem inclusive, que possuía em seus porões, um dos mais ricos carregamentos daquela época...
(extraído da obra Piratas en El Caribe, cap. XXXV, pg. 215/216, Ediciones Casa de Las Américas, 1984)
Comentários
Postar um comentário